domingo, 18 de março de 2007

E as mulheres...

É incrível a falsidade que as mulheres tem umas com as outras.

Ano novo. Eu ia me encontrar com o Yuri na praia, por isso tava com pressa. Mamãe não tinha roupa, eu já estava pronta e Marlene - amiga de mamãe - também. Meu vestido era bege com uns detalhes em latejoula vermelha. A roupa de Marlene era: uma saia e uma blusa - apertada, salientando bem o buchinho sexy -, as duas brancas. Mamãe havia comprado, na semana passada, um vestido vermelho - porque, segundo ela, era pra trazer bem muita paixão no ano que vinha, (essas crenças que agente sempre faz em dia de reveillon) - e uma sandália dourada. O vestido era perfeito, lindo mesmo. Estavamos todas prontas e de repente ela entra em disparada no quarto, batendo a porta por tráz:

- Não vou mais com esse vestido!
- POOOOORQUE? - perguntei, com cara de "sua burra"
- É muito chique jéssica, agente só vai pra praia.
- Ah, mainha, deixa de besteira!
- Não vou, não vou! Deixa eu ver um teu ai..

E abriu meu guarda-roupa. Meche pra cá, tira dali, põe acolá e nada de achar algo interessante para ela vestir.

- Mãe, vá com esse mesmo, tá ótimo.
- Espera aí menina, deixa de agonia..

Acabou tirando um vestidinho que eu tenho, todo colorido. Uma coisa bem carnavalesca, em pleno ano novo, não dá né? Foi até o banheiro e vestiu.

- Tá bom? - perguntou.
- Ótimo Andréa! Lindo! Perfeito! Do jeito que tu queria, olha, tem todas as cores, mulher - indagou Marlene.

Tava horrível.
Pra não contar mais tempo ainda - eu já não aguentava mais o 'vou-nãovou' da minha mãe - acabei dizendo:

- Tá lindo mainha! Vamo logo, yuri deve tá agoniado já lá na praia de tanto me esperar. Ô agonia.
Tava feio mesmo. e ficou mais ainda quando ela colocou o casaquinho - pequeno, por sinal - por cima, pra não "mostrar os braços gordos" como ela mesmo dizia. Além do vestido ser meu, ou seja, fica mais apertado nela pela diferença de peso, ficou feio nela. Sabe quando uma coisa fica bom em voce e nos outros não, ou contrário? pois é. Bom, ela acabou indo com ele mesmo. Passou o ano novo todo lá, sentada, na barraca da familia do Yuri, enquanto eu, ele e German andávamos pelas ruas do Cabo branco e Tambaú.

No outro dia, ela chega:
- Eu tava horrorosa ontem, Jéssica. Todo mundo arrumado, bem chique, e eu naqueles trapos.
Pra não acumular discurssão, respondi:
- Que nada mãe, tava bom, oxe, que besteira. - E coloquei o fone de ouvido pra não ouvir mais resmungados.