terça-feira, 16 de setembro de 2008

Não fale com estranhos.

"Não fale com estranhos". "Tenha cuidado ao sair de casa". "Olhe para trás ao andar na rua" .

Uma boa parte dessas frases é habitual em nosso cotidiano. Na verdade, é o jargão do 'Seguro morreu de velho' e ninguém pode negar. Uma boa precaução sempre é bem vinda, mas não quando se trata de privação.

Há uma sutil diferença entre o proibir, o limitar e o precaver. Parece ser tudo a mesma coisa quando falamos de um exemplo só. Mas não é. Quando uma mãe diz para o filho pequeno não dá trela para estranhos na rua, é com medo de que algo lhe aconteça. Lógico, ninguém nunca disse que a sociedade não era perigosa; que existem demônios em forma de gente, ou até que pessoas podem fazer o que der na telha com a outra, ainda por cima, indefesa. Mas a diferença está aí.

Prevenir que um mal aconteça é bom. Mas tornar isso uma limitação é péssimo. É o mal da contradição: quando se previne, se limita de que qualquer um faça alguma coisa. Logo, limitar é proibir? Não tenho tanta certeza.

A linha do limite é fina e fraca, qualquer um pode quebrá-la. É como as regras, você as quebra se quiser. Mas depois agüente as conseqüências. Um limite imposto por outro pode ou não ser aceito por você. E até um imposto por si mesmo. É a liberdade de expressão pulsando nas veias, te fazendo não pensar e agir demasiadamente. E, bom, em algumas situações isso pode ser ruim.

"Proibido estacionar". É uma regra, um mandado. Você pode infringir, se quiser. Mas toda proibição tem a sua condição - é o que a faz ser uma. Se você estacionar aqui, terá que pagar a multa imposta por outrem, os superiores. Então, quando se tem algo para proibir, tem que haver algo por trás que cause isto, um motivo que explique o "Proibido fumar".

Uma proibição é uma precaução? Talvez seja só uma forma de deixar tudo organizado. Imagina se não existisse um limite, se a palavra "prevenir" não tivesse no dicionário, ou até que tudo pudesse ser feito e nada fosse proibido. Aposto que os próprios humanos criariam suas próprias barreiras. Não é preciso um lord para que isso tudo aconteça. Afinal, cada um é único. É natural do ser humano.

O que salva isso tudo é o respeito. Se você não tem respeito por nada disso, me desculpe, você não passa de um troglodita. Mas, com certeza, isso não dura por muito tempo - ou até dure, quem sabe, as pessoas são tão imprevisíveis. Porém, com o respeito, você não precisa quebrar tudo e sair rindo de todo mundo. Fica tudo natural e humanamente normal. É o respeitar o espaço do outro que - talvez - esteja faltando em algumas poucas sociedades.

Só respeite.


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PS: Não cumpri o desafio do Jeff por que to sem criatividade pra criar um texto masculino. Até pra um feminino eu tou sem. Mas, enfim, um dia eu cumpro. =)