quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Coraline

Não é um conto, então se estiver sem paciência para ler qualquer besteira, nem precisa descer a barrinha de rolagem.
Contém spoilers(não é assim que dizem?).

"Contos de fadas são a pura verdade: não porque nos contam
que os dragões existem, mas porque nos contam que eles podem
ser vencidos."

Sempre que um livro começa com algo que me atrai, algo que me prende a atenção ou me faz brotar um sorrisinho no rosto, eu vou até o fim. Geralmente, é dessa forma que eu escolho os livros que ninguém me indica. Entretanto, a maioria dos livros que leio, ou já vi resenhado em algum lugar - geralmente em blogs - ou são as pessoas que me falam. Mesmo que o palpite dos outros não conte muito, são poucos os casos que me arrependo (até porque tenho poucos amigos que tenham afinco por leitura).

Bem, quando se lê um livro no qual exista um filme, a primeira coisa que vem a mente é: o livro é melhor que o filme. Eu não sei de fato, mas todos os livros que li e que depois vi o filme, eu consegui apreciá-los de uma forma singular. Tanto o livro quanto o filme eram bons, na minha opinião. Outra coisa que possa parecer ruim é o escritor ou o roteirista. Muitas vezes você se engana, achando que só porque o escritor/roteirista é consagrado é que é bom, realmente. Não, não é. Assim como na leitura, como nos filmes, e como em qualquer outra coisa, gosto é que nem nariz, cada um tem o seu.

Logo, não é porque eu acho um escritor/roteirista bom que você ache o mesmo. Todo mundo sabe disso. Bem, então o que acontece é que, depois que li Sandman na siciliano (não iria comprar porque custa 60 pilas, e eu realmente nunca na minha vida darei 60 reais num livro de quadrinhos), e procurar um pouco mais sobre o Neil Gaiman na internet, vi que ele fazia fama por tudo quanto é lado. Quadrinho de adultos, eu li uma vez. Como eu me sinto a pessoa mais infantil do mundo, fui ler e acabei gostando, de verdade.


Então, o que aconteceu foi que um amigo meu - o JR - me mostrou um trailer de um filme que vai lançar no cinema ainda esse ano. E, ainda por cima (e foi o que mais me atraiu), em animação. Claro, só podia ser animação. Porque, afinal de contas, de quem seria a obra do filme?

Do "quadrinista para adultos", o senhor Neil Gaiman.

Acabei me interessando mais pelo filme - o trailer, no caso - do que pensava. Daí, quando vi que o filme era baseado (inspirado, não sei) numa obra do Gaiman, aproveitei e baixei a obra. E, por mais que pensem ser impossível, não é. Li o livro inteiro em PDF., no caso, em e-book. E não me arrependi, de jeito nenhum.

Tem gente que tem essa mania de ficar comparando o livro com o filme. O que é uma coisa impossível, já que um filme nunca vai ser igual a um livro. E, mais uma vez, eu espero que o filme seja diferente, sim. No próprio livro há muita coisa inútil, algumas ações da personagem que realmente são desncessárias, mas eu acredito que seja para mostrar o tédio mortal que a menina sentia em casa. Nesse aspecto, o filme é bem mais trabalhado, bem melhor. Mas tiro as minhas conclusões pelo trailer, então eu mesma me julgo precipitada. Ainda mais que eu não sou realmente ninguém para julgar nem dizer nada, é claro.

O livro era para ser infantil, mas tenho que adimitir que tem algumas coisas que assustam qualquer adulto. E essa é a parte mais interessante - o jeito livre que o autor tem de dar as cenas mais grotescas uma escrita leve e de fácil compreensão, talvez por isso que o livro seja considerado infantil - o que não deixa de ser característica do Gaiman. E, também, algumas coisas acontecem no trailer que não tem no livro, e vice-versa. Como era de se esperar em qualquer obra. O que conta é a essência do livro, o foco principal.

Bem, eu nada tenho a reclamar do livro. É muito interessante e é difícil não ficar preso, só se você tiver muita dificuldade para ler no computador. Eu não tenho, nem me importo e não durmo mesmo (acabei esse livro às 03h46 da manhã aqui, que no resto do Brasil eram 04h46), aproveitei o tempo e acabei.


Mini-sinopse:
Coraline é uma menina muito esperta. Ela se diz exploradora do lugar onde para onde há pouco se mudara - uma casa grande com três casas juntas. A da menina é a do meio. No andar de baixo estão duas senhoras que pertenciam completamente ao teatro quando mais novas, e ficam relembrando isso o tempo inteiro. No andar de cima há um velho que só se sabe o nome dele no último capítulo e que treina ratos para que cantem em uma banda - ou façam um show, o que dá na mesma. A menina, uma hora, fica entendiada e pergunta ao pai o que fazer. O pai manda que ela conte todas as portas e janelas da casa, e é aí que a história começa. A menina de repente acha uma porta que, atrás dela, aparentemente não tem nada. Só uma parede de tijolos. Mas, um dia, ela descobre um outro mundo atrás dessa porta. E o que tem por lá só sabe quem vai ler o livro ou vai assistir ao filme.


Não é porque é novo que eu gostei. Eu gostei primeiro porque é animação, e eu adoro desenhos, coisas feitas de massinha de modelar que formam filmes incríveis, e fantasiosas. Ainda mais com lições enormes por trás - por mais infantis que sejam. Segundo porque a obra é inspirada no escritor que eu considero consagrado, mas muito merecido. E terceiro que o filme é do diretor de um dos outros filmes de fantasia que eu adoro (The Nightmare Before Christimas - O estranho mundo de Jack).

Bem, como eu sei que pouca gente vai ler sequer isso aqui, ao menos vejam o filme. Não é só porque é desenho que é porcaria, que é besteira. Pode ser muito mais do que você pensa.

Talvez, dentro de cada filme ou livro desse, haja uma porta com uma aparente parede de tijolos atrás. Mas você só precisa de um pouco mais de atenção para descobrir um mundo novo atrás disso.


Quem quiser ver o trailer, clique aqui.
Quem quiser baixar o livro, é só procurar no espins né, pelamordedeus.