domingo, 4 de julho de 2010

Enchi o saco, adeus.

O que fazer quando o enjôo bate? Quando você enjoa de algo que você costumava fazer, por muito tempo, e que gostava tanto. Então, de repente, bate aquela má vontade. Aliás, bate a não vontade - você nem tem mais estiga para entrar naquele site, falar com aquela pessoa ou fazer tal coisa. Mas, você lembra, melancólico, como antes as coisas eram diferentes. Era tão bom escrever ali, criar novos textos, novos mundos. Era tão gostoso conversar com aquela pessoa, contar tuas histórias, ouvir as dela, discutir teorias loucas, gostos, música e afins. Como isso acontece? Porque as pessoas deixam de fazer as coisas que gostam/gostavam?

Enjôo. Cansaço. Passou. Fase nova, vamos lá. Será que é isso que está acontecendo comigo? Penso que seja. Afinal, minha "adolescência" acabou quando tornei-me 'adulta' e fiz dezoito anos. Não sei que nóia é essa de todo mundo achar que não está crescendo, não está mudando. É claro que estamos mudando! O tempo inteiro somos diferentes do tempo que acabou de passar. Um minuto atrás, éramos alguém, e agora somos diferentes! É claro que não podemos mudar uma pessoa por completo em apenas dois minutos - mas não é a união desses pequenos minutos "nos mudando" o tempo inteiro que, no final, nos faz mudar de atitude? Nos faz envelhecer? Nos faz tornarmos pessoas melhores ou piores? Cada minuto conta. Cada minuto muda.

E eu me sinto diferente. Eu me vejo hoje diferente da garotinha de 15 anos que escrevia continhos bonitinhos, encantando os olhos adolescentes das pessoas que me liam. Tudo ali era eu, descobrindo um mundo novo, cheio de sentimento, magia e narração. Hoje eu sei que não sou mais isso tudo - porque tudo fez parte de um processo de crescimento. E agora, ao entrar aqui novamente, sinto que viajo no tempo e volto aos meus 15 anos. Só que sem a estiga, sem a narrativa pulsando do meu coração, sem toda aquela magia que era do começo. Tudo era muito bom, demais, lindo, maravilhoso naquela época. Só que passou.

Não sei se posso dizer que cansei. Não sei se quero um dia deixar de escrever. É assim que melhor me expresso, e não sei outro modo qual eu possa mudar. Talvez o mundo me faça mudar, e eu me adapte a uma nova maneira de expressar idéias. De contar histórias. Talvez. Mas, quem garante que o passa-passa de informação vai acabar? E eu espero, com toda força do meu coração, estar no meio desse "passa-passa", passando, transmitindo, interagindo e comunicando a todas as pessoas do país em que eu estiver. Eu espero, realmente, que isso funcione e que dê certo. Porque, não tem como ser a toa que vou gastar 4 anos de universidade para no final, não ter criado nada.

Isso tá muito revoltante, eu sei. Esse blog já passou do climazinho amorzinho que ele tinha antes. Agora, eu mudei. E ele vai ficar aqui, como uma boa lembrança do que eu era. Não sei se é porque meu curso está para começar - AMÉM SENHOR! - ou se posso um dia, quem sabe, voltar. Mas, não vou fazer como fiz com as minhas piores lembranças da adolescência negra, e sair apagando tudo com vergonha de mostrar. Deixa ele aqui. No "sótão", como vi em Toy Story 3. É um lugar quentinho, reservado, e especial. Para quando, a qualquer momento que eu quiser fazer uma viagem no tempo, eu vou lá. E aí, não sei se volto. Mas, se voltar, com certeza vai ser diferente.

Porque, o tempo todo, estamos mudando. E eu não vou ser a rabugenta de dizer que eu também não estou diferente.

Por hora, esse é um adeus.