"Segundo alguns psicanalistas, quando se apaixona, você não se relaciona com alguém de carne e osso, mas com uma projeção criada por você mesmo. E a projeção que fazemos é de um ser absolutamente perfeito. Mas depois de um período, a projeção acaba, e você passa a enxergar de verdade a pessoa com quem está se relacionando. Invariavelmente, algumas virtudes do parceiro e da parceira vão embora junto com a projeção. Outras ficam. E se o que ficou de cada um for suficiente pros dois, a relação perdura. Caso contrário... Ninguém sabe o que faz o botãozinho ligar e iniciar uma nova projeção. O amor é inexplicável, mas tem umas coisas que você pode entender."(Propaganda Serenata de Amor)
O amor é muito banalizado hoje em dia, e interessante que todo mundo sabe disso, e o que faz? Banaliza-o ainda mais. Dizem "eu te amo" como se dissessem bom dia. Abraçam e beijam como se o mundo fosse acabar ali, mas não demora cinco minutos e o amor acaba. O amor efêmero.
Não falo de prazer sexual, tesão, ou coisa parecida. Há pessoas que beijam e abraçam as outras só por toque, corpo, língua, sexo. Quero ressaltar as outras que, em uma semana estão com um, e parece que nunca mais vai encontrar alguém parecido. E, quando dá um mês, já acabou, está solteira de novo, na gandaia. Mais uma semana, morrendo de amores por outro. Será que esse amor todo é verdadeiro? Todo mundo tem mesmo assim tanto amor para dar?
Se sim, eu quero um pouco também.
Uns com tanto, outros com tão pouco. Muitos nem sequer sabem o que é amar. Nunca sequer provaram do licor de um apaixonado, nunca beijaram aquela boca tão desejada. Outros trocam de paladar todo dia. Como uma degustação de vinhos, no qual somente os que sabem é que podem provar. E porque não todo mundo?
Da vez que eu assisti Perfume, um filme completamente filosófico e francês (tinha que ser), fiquei com essa na cabeça. (Talvez não tenha nada a ver com a filosofia real do filme, mas ficou) Imagina se todo mundo tivesse um amor infinito, que nunca acabasse, e que não tivesse cor, cheiro ou aparência? Todo mundo amando todo mundo, da melhor forma possível. Todos na mesma sintonia, fazendo o que há de melhor no mundo: amar.
Como seria?
Provavelmente acabaria como o final do filme - no final todo mundo "se come" ou é morto por eles mesmos, restando só o carinha do perfume, que também morre -, ou seja, todo mundo morto do próprio veneno. Seria o prazer efêmero, aquela vontade de saciar o desejo insaciável sobrepujando aquele amor eterno que, para mim, mesmo que digam que não, todo mundo acredita. E quer.
É claro que ninguém consegue viver sem amor, amor puro, da forma mais sutil ou a mais intensa. E porque não eu? E porque não você?
Invente o seu amor, pode ser por qualquer coisa, até por objetos ou vícios. Eu amo tomar café. Meu tio provavelmente deve amar fumar (eu acho que ele detona uma carteira de cigarro por dia fácil). Minha amiga ama seu namorado. Mas será que esse amor é eterno? Ninguém pode descobrir. Não dá pra saber.
Reeinvente seu amor todos os dias. Crie um prazer novo, descobra um segredo, ache uma pista e desvende um enigma. Não seja cético o bastante para dizer que amor não existe, que a vida nada mais é que prazeres passageiros. Porque não acreditar numa coisa que é boa? Se fosse ruim, como o diabo, aí sim dava para pensar um pouco. Mas faz bem. Então, porque não?
Não digo para você ser você mesmo, que disso o mundo já está entupido demais. Mas porque deixar de acreditar? Porque desistir fácil assim?
O amor é fácil. É só se deixar ser pego por ele. E, quando você for, não vai querer mais soltá-lo.
PS: Eu dou pra escrever auto-ajuda? hehehehe.
Ei, bora salvar o mundo? Veja aqui.