A segunda guerra mundial vem estampada, atualmente, em diversas formas de arte. A que mais prevalece e tem mais magnetismo é, com certeza, a literatura. Diversos livros que abordam o tema, quando lançados, chamam a atenção do leitor que está sempre procurando saber mais sobre um assunto tão pesado e forte. Ainda por cima quando as histórias são verídicas - como O Pianista, de Wladyslaw Szpilman.
Não muito conhecido devido a época em que foi escrito, o livro conta a história do pianista Wladyslaw Szpilman na Polônia de 1940. Época em que Hitler começava a se expandir, tentando atingir os países europeus com o regime fascista e sua ditadura. Era, então, a famosa época da Segunda Guerra Mundial, e do genocídio judaico por toda Europa.
Escrito na mesma época em que viveu, Wladyslaw conta a história do sofrimento seu, de sua família, e de toda nação polonesa durante o massacre dos judeus. A Polônia foi o primeiro país que deu início a guerra - e é assim que o livro começa: "Em 31 de agosto de 1939, todos em Varsóvia tinham certeza de que a guerra contra os alemães era inevitável". A partir daí, ocorre uma série de acontecimentos dramáticos com o personagem e sua família, dos quais o mais forte é o capítulo d'O Umschlagplatz (trem que carregava os judeus refugiados para os campos de concentração - onde achavam que iam trabalhar, mas na verdade impiedosamente morriam queimados). O pianista, então, vê-se desolado e sem perspectiva qualquer de ainda sobreviver. Porém, como se por força do destino, em todas as chances que ele tem de ser pego, consegue escapar. Mais tarde, prefere se esconder nas casas de amigos - ele era popular na sua região pelos concertos que fazia e por tocar na Rádio Polonesa (principal rádio até hoje) - e ali ficar até que a guerra finalmente acabasse. No fim, depois de um encontro surpreendente e em situações desumanas, contudo em paz, ele consegue sair ileso do maior massacre já visto na História da humanidade.
Passei o mês inteiro de agosto procurando algo para ler, e numa tarde perdida encontrei esse livro. Nem me toquei que era o mesmo do filme - e fui lendo compulsivamente. A história é muito pesada, ainda mais por ser totalmente verídica, mas muito bem escrita. O distanciamento com que Szpilman narra os acontecimentos é tão melancólico que foi capaz de me deixar para baixo. Mas a realidade ali escrita se faz reconhecer como a ditadura de Hitler foi injusta e cruel. A brutalidade do exército alemão sobrepõe qualquer resquício de conhecimento Histórico - e no decorrer das páginas envolve mais o sofrimento do personagem e todos que o rodeiam do que a visão política do acontecimento. Se o morticínio, contado pelos livros de História, já é terrível, imagine então uma história verídica, tirada diretamente da época?
Não existe nota nem adjetivos para esse livro. Um "muito bom" é muito pouco.
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OBS: Se você prefere livros com historinhas de finais felizes e não gosta de ver gente morrendo e sofrendo, eu asseguro que não leia. Mas se é um curioso da História, ao menos assista o filme. No mínimo, eu garanto umas lágrimas, então leve uma caixinha de papel. E muita pipoca.